domingo, 26 de dezembro de 2010

"Colher" no Antigo Egipto


A propósito do post anterior, em que o Professor Luis Araújo teceu um comentário sobre este tipo de artefactos, usados nesse tempo com funções bem diferentes daquelas que hoje têm normalmente...
Serviam, como foi dito, como objectos de cosmética, para conter perfumes, que os antigos egípcios muito apreciavam.
Escolhi, este magnífico exemplo, que se encontra em primeiro plano, e pertence ao espólio do Metropolitan Museum of Art, New York

2 comentários:

  1. Ah, o nosso sunu apanhou bem a ideia, e oferece-nos aqui uma interessante e ternurenta variante de uma «colher» de perfume: a rapariga nadadora, que é o cabo do sedutor objecto de toilette, fazendo deslizar à sua frente o pequeno contentor do unguento perfumado que neste caso é uma gazela.

    Tanto a gazela como o pato são animais de porte elegante e curvilíneo relacionados com a iconografia do erótico, celebrando o amor e a alegria de viver. Ora estas «colheres» como objectos de toucador, que preparam o encontro apaixonado e predispõem o seu utilizador para os jogos do amor, associam a rapariga desnudada à caixinha em forma de pato ou de gazela, entre outras figurações (podia ser um peixinho...).

    Aproveito para chamar a atenção para o objecto que está atrás, que é o contrapeso de um colar menat. O colar menat era geralmente pesado, e para não pender muito para a frente no pescoço do seu utilizador, tinha atrás um elemento para contrabalançar - aqueles egípcios pensavam em tudo...

    Notem que este contrapeso do colar menat tem uma forte simbologia hatórica com representação humana da deusa do amor, da alegria, da fertilidade, e inclui uma imagem de Hathor em forma de vaca passeando por entre a folhagem de papiro. Estão a ver a mensagem? É de novo o amor - pelo que este objecto se associa muito bem à «colher» anterior para testemunhar a ambiência festiva da XVIII dinastia.

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