sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Vale dos Nobres- VII (Cont.)


Tentando ajudar os demais escribas que têm tentado sem sucesso aumentar a imagem de Userhat (TT56), publicadas neste post, aqui fica a ajuda possível.



Foto

2 comentários:

  1. Boa pesquisa, meu bom escriba, Paulo! Agora é que o professor vai poder comentar esta linda imagem. Para mim, Userhat, gostava de caçar e pescar sem parar. Atrás vinha a sua perfumada esposa e em baixo estava a sua pequena filha...
    É a imagem da abundância do Paraíso, Quanto ao texto... fica para quem sabe... ;-)

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  2. O Paulo trouxe-nos uma bela imagem daquilo que os antigos Egípcios imaginavam que seria o Além, o paraíso de Osíris, que era a suprema recompensa para aqueles que eram bons, generosos e solidários nesta vida, enfim, cumpridores das normas da maet.

    Que o paraíso era um espaço de abundância e de eterno bem-estar, já o nosso sunu Jorge o disse. As pinturas tumulares, como esta de Userhat, procuravam evocar antecipadamente esse espaço de prazer, onde naturalmente a caça, o banquete, o passeio e o amor tinham lugar privilegiado.

    Mas ao nosso sunu escapou algo muito importante: é que na imagem aflora-se iconograficamente a abundância, o divertimento, o ludismo, o folguedo - mas onde está o amor? Bom, a esposa ricamente ataviada, e com um cone de perfume que se vai derretendo pela cabeleira (e a cabeleira já é por si uma mensagem inequívoca), com vestidos de atrevida transparência aqui e além, já indicia esse aspecto.

    Sim, mas em termos de mensagem erotizante do antigo Egipto essa obviedade não basta... Falta algo que com subtil mestria o pintor lá colocou (certamente a pedido de um ansioso e desejoso Userhat), algo que escapou ao nosso sunu. E é estranho, porque quando uma vez a Teresa postou uma imagem de uma «colher» de perfume com uma rapariga nua segurando um pato o nosso sunu não viu a rapariga - só reparou no pato!

    Pois é, o pato é um eloquente e expressivo apelo ao amor, e lá está ele na proa da elegante embarcação, indiferente ao bulício que se passa à sua volta, tudo foge menos o pato... E note-se que ele nem sequer está a ser caçado pelo exímio Userhat - pudera!

    Quanto às inscrições hieroglíficas que legendam a paradisíaca cena, aludem ao divertimento do coração (sekhem-ib) no belo lugar (bu nefer) feito para o ka. Tudo isto é muito bonito e sedutor, mas só funciona com uma condição: é acreditar que existe um paraíso e que há vida eterna - e eles acreditavam!

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