Eis uma pequena colher de café postada pela nossa estimada Teresa, em partes separadas: em cima, num fundo densamente felpudo, o cabo de temática egipcizante, em baixo, num fundo suavemente felpudo e tricotado, a parte côncava. O todo forma uma colher que é um singelo exemplo daquele tipo de egiptomania popular que se divulgou desde finais do século XIX, alimentado pelas grandes descobertas arqueológicas no Egipto.
O cabo desta colher de café mostra um rosto frontal emoldurado por duas plumas que fazem lembrar as plumas que surgem na coroa atef usadas por Osíris a ladear a alta coroa branca da realeza (e no caso de Osíris a realeza do Além). Aqui elas parecem mais grandes orelhas, numa descontraída e nada erudita interpretação iconográfica.
Digo que é uma colher de café e não de perfume porque neste caso seria de madeira, de pedra ou de marfim e a temática do cabo seria outra. Na verdade as «colheres» egípcias para conter perfumes jogavam apelativamente com temas eróticos ou então irónicos - e quando se trata deste tipo de objectos convém manter aspada a palavra «colher» como recomenda uma grande estudiosa do erotismo do antigo Egipto e da mulher dessa civilização, Christiane Desroches-Noblecourt.
Os cabos de tais «colheres» eram em forma de raparigas nuas em pose de natação que seguravam patos ou flores de lótus e de papiro (como hoje se pode ver em vários museus, nomeadamente entre nós o Museu da Farmácia) ou contavam temas divertidos (como hoje se pode admirar no Museu Calouste Gulbenkian numa «colher» de marfim que lá está).
No dia 8 de Janeiro do ano que vem (e vem já aí...) estarão os escribas do blogue a ver esse belo objecto na visita marcada para o Museu Calouste Gulbenkian). Enquanto a visita não chega ele pode ser apreciado no catálogo respectivo (que esteve recentemente à venda a metade do seu preço na feira do livro que lá se realizou).
Eis uma pequena colher de café postada pela nossa estimada Teresa, em partes separadas: em cima, num fundo densamente felpudo, o cabo de temática egipcizante, em baixo, num fundo suavemente felpudo e tricotado, a parte côncava. O todo forma uma colher que é um singelo exemplo daquele tipo de egiptomania popular que se divulgou desde finais do século XIX, alimentado pelas grandes descobertas arqueológicas no Egipto.
ResponderEliminarO cabo desta colher de café mostra um rosto frontal emoldurado por duas plumas que fazem lembrar as plumas que surgem na coroa atef usadas por Osíris a ladear a alta coroa branca da realeza (e no caso de Osíris a realeza do Além). Aqui elas parecem mais grandes orelhas, numa descontraída e nada erudita interpretação iconográfica.
Digo que é uma colher de café e não de perfume porque neste caso seria de madeira, de pedra ou de marfim e a temática do cabo seria outra. Na verdade as «colheres» egípcias para conter perfumes jogavam apelativamente com temas eróticos ou então irónicos - e quando se trata deste tipo de objectos convém manter aspada a palavra «colher» como recomenda uma grande estudiosa do erotismo do antigo Egipto e da mulher dessa civilização, Christiane Desroches-Noblecourt.
Os cabos de tais «colheres» eram em forma de raparigas nuas em pose de natação que seguravam patos ou flores de lótus e de papiro (como hoje se pode ver em vários museus, nomeadamente entre nós o Museu da Farmácia) ou contavam temas divertidos (como hoje se pode admirar no Museu Calouste Gulbenkian numa «colher» de marfim que lá está).
No dia 8 de Janeiro do ano que vem (e vem já aí...) estarão os escribas do blogue a ver esse belo objecto na visita marcada para o Museu Calouste Gulbenkian). Enquanto a visita não chega ele pode ser apreciado no catálogo respectivo (que esteve recentemente à venda a metade do seu preço na feira do livro que lá se realizou).