sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

L'amour, l'amour ...

O meu coração bate mais forte
quando penso no meu amor por ti,
torna-me diferente das outras pessoas,
põe-se aos saltos no seu lugar
e nem me deixa pôr o vestido
nem compor o xaile à minha volta.
Não pinto os meus olhos
e nem sequer estou perfumada.
«Não demores, vai a casa dele» - diz o meu coração,
cada vez que penso nele.
Não sejas perverso, meu coração.
Porque é que armas em doido?
Fica calmo, pois quando o amado a ti se dirige,
também muitos olhares fazem o mesmo.
Não deixas que as pessoas digam de mim:
«Olha uma mulher perdida de amor!»
Sê firme cada vez que eu penso nele,
meu coração, não batas dessa maneira.



(Poemas do Papiro Chester Beatty I,
in Estudos sobre o Erotismo no Antigo Egipto)

3 comentários:

  1. A única, a amada sem igual, a mais bela entre todas!
    Ela é como a estrela da manhã que aparece no início de um bom ano.
    Ela tem uma luminosa perfeição, a pele resplandecente,
    é amoroso o olhar dos seus lindos olhos.
    É suave o falar dos seus lábios, sem nunca falar demais.
    De pescoço elegante, peito radioso, cabelo de verdadeiro lápis-lazúli.
    Os seus braços valem mais que o ouro, os seus dedos são como flores de lótus.
    De coxas largas e cintura estreita, as pernas acentuam a sua beleza,
    com um andar gracioso ao pisar o chão, os seus movimentos prendem-me o coração.
    Feliz de quem a abraça!

    (Poesia lírica do Império Novo, Poemas do Papiro Chester Beatty I, «Início das Fórmulas da Grande Alegria»)

    Praia das Maçãs, manhã fria, ao som de Chopin, Improviso nº 4 «Fantasia».

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  2. Este é um belo poema de amor do Antigo Egipto mas de hoje também. Muito bonito!

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