Esta imagem muito conhecida do túmulo da rainha Nefertari, a esposa favorita de Ramsés II, e aqui oportunamente postada pela Hermínia, recorda o mais belo túmulo do Vale das Rainhas, que infelizmente está fechado depois de valiosos trabalhos de restauro.
Lá está a rainha, sentada num belo cadeirão e requintadamente vestida, com um vistoso colar e uma coroa composta por um abutre dourado e um plinto sobre a sua digna cabeleira. Usa sandálias e tem na mão um símbolo de autoridade chamado sekhem para exprimir a sua posição social elevada.
E não é por acaso que esta iconografia do prazer e do bem-estar, que se prolongariam pela eternidade, se detém em aspectos que devem ser sublinhados: não se trata apenas de um vulgar momento lúdico de jogo, neste caso o jogo do senet (cujas regras ainda não são totalmente conhecidas). A cena, imaginada para o Além, reflecte os momentos de deleite passados na intimidade do harém real, daí o subtil toque erotizante de certos pormenores.
Então não é que a pesada cabeleira já dá uma mensagem de amor, reforçada pelo vestido de linho plissado e apelativamente transparente? E não é que, num movimento mais «descuidado», a rainha deixou que o vestido lhe caísse para os lados pondo a descoberto partes do seu elegante corpo? Não está ninguém à frente dela a jogar porque o seu marido, o faraó Ramsés II, ainda estava vivo quando o túmulo de Nefertari foi preparado - mas o rei deve ter visto pessoalmente a cena, e, ao vê-la...
Resta traduzir o texto hieroglífico que está à frente da rainha e sobre o tabuleiro do senet: «Osíris, grande esposa real, senhora das Duas Terras, Nefertari-Meritenmut, justificada perante Osíris, deus grande.»
Esta imagem muito conhecida do túmulo da rainha Nefertari, a esposa favorita de Ramsés II, e aqui oportunamente postada pela Hermínia, recorda o mais belo túmulo do Vale das Rainhas, que infelizmente está fechado depois de valiosos trabalhos de restauro.
ResponderEliminarLá está a rainha, sentada num belo cadeirão e requintadamente vestida, com um vistoso colar e uma coroa composta por um abutre dourado e um plinto sobre a sua digna cabeleira. Usa sandálias e tem na mão um símbolo de autoridade chamado sekhem para exprimir a sua posição social elevada.
E não é por acaso que esta iconografia do prazer e do bem-estar, que se prolongariam pela eternidade, se detém em aspectos que devem ser sublinhados: não se trata apenas de um vulgar momento lúdico de jogo, neste caso o jogo do senet (cujas regras ainda não são totalmente conhecidas). A cena, imaginada para o Além, reflecte os momentos de deleite passados na intimidade do harém real, daí o subtil toque erotizante de certos pormenores.
Então não é que a pesada cabeleira já dá uma mensagem de amor, reforçada pelo vestido de linho plissado e apelativamente transparente? E não é que, num movimento mais «descuidado», a rainha deixou que o vestido lhe caísse para os lados pondo a descoberto partes do seu elegante corpo? Não está ninguém à frente dela a jogar porque o seu marido, o faraó Ramsés II, ainda estava vivo quando o túmulo de Nefertari foi preparado - mas o rei deve ter visto pessoalmente a cena, e, ao vê-la...
Resta traduzir o texto hieroglífico que está à frente da rainha e sobre o tabuleiro do senet: «Osíris, grande esposa real, senhora das Duas Terras, Nefertari-Meritenmut, justificada perante Osíris, deus grande.»