Esta imagem de um harpista dedilhando habilmente as cordas da harpa para amenizar os longos tempos desta vida e, com muita mais acuidade, os incontáveis tempos da eternidade, é típico de vários túmulos do Império Novo. Aliás, o tema já vinha desde o Império Antigo, como se vê em mastabas dessa época.
Os donos de alguns dos túmulos de Lucsor Ocidental, no chamado «Vale dos Nobres», mandaram pintar lá este solicitado tema, e os artistas da XVIII dinastia fizeram-no com notável mestria. Geralmente os harpistas são cegos e apresentam-se bem ataviados com colares, vestuário de linho com alguma transparência e cabeça rapada, de acordo com o ambiente requintado que se pretendia sugerir.
Este harpista cego, que a sensibilidade da Hermínia trouxe até nós, mostra as adiposidades do seu corpo flácido, com o inusitado pormenor do pé a surgir numa posição naturalista de quem está sentado - pormenor que não se via em épocas anteriores e é um indício de uma maior desenvoltura na representação pictórica em voga na XVIII dinastia.
Estive a pensar melhor neste «harpista cego» postado pela Hermínia, que já comentei antes, e lembrei-me de uma questão que foi apresentada e debatida há alguns anos num congresso... já nem me lembro onde (Grenoble? Cairo? Barcelona?...).
Aí alguém focou este aspecto que ainda não foi totalmente esclarecido, o dos «harpistas cegos» (que o hábito leva a designar assim). Mas serão mesmo cegos? Não poderá ser uma forma de se representar o artista num momento de inspiração para a música, quando dedilha hábil e virtuosamente as cordas da harpa?...
Uma linda imagem retirada do túmulo do escriba Nakht (TT52)... Podemos imaginar o som duma música suave... celestial;-)
ResponderEliminarEsta imagem de um harpista dedilhando habilmente as cordas da harpa para amenizar os longos tempos desta vida e, com muita mais acuidade, os incontáveis tempos da eternidade, é típico de vários túmulos do Império Novo. Aliás, o tema já vinha desde o Império Antigo, como se vê em mastabas dessa época.
ResponderEliminarOs donos de alguns dos túmulos de Lucsor Ocidental, no chamado «Vale dos Nobres», mandaram pintar lá este solicitado tema, e os artistas da XVIII dinastia fizeram-no com notável mestria. Geralmente os harpistas são cegos e apresentam-se bem ataviados com colares, vestuário de linho com alguma transparência e cabeça rapada, de acordo com o ambiente requintado que se pretendia sugerir.
Este harpista cego, que a sensibilidade da Hermínia trouxe até nós, mostra as adiposidades do seu corpo flácido, com o inusitado pormenor do pé a surgir numa posição naturalista de quem está sentado - pormenor que não se via em épocas anteriores e é um indício de uma maior desenvoltura na representação pictórica em voga na XVIII dinastia.
Estive a pensar melhor neste «harpista cego» postado pela Hermínia, que já comentei antes, e lembrei-me de uma questão que foi apresentada e debatida há alguns anos num congresso... já nem me lembro onde (Grenoble? Cairo? Barcelona?...).
ResponderEliminarAí alguém focou este aspecto que ainda não foi totalmente esclarecido, o dos «harpistas cegos» (que o hábito leva a designar assim). Mas serão mesmo cegos? Não poderá ser uma forma de se representar o artista num momento de inspiração para a música, quando dedilha hábil e virtuosamente as cordas da harpa?...