sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

A Necrópole tebana- Generalidade Versão corrigida

Na margem ocidental do Nilo, ao nível de Lucsor (antiga Tebas), que fica na outra margem, encontramos o local onde os faraós do Império Novo decidiram mandar escavar e decorar as suas tumbas funerárias, numa zona recôndita e, naquele tempo, de difícil acesso, com a intenção de evitar as pilhagens, situação que para eles era muito preocupante. Foi assim criado o que hoje chamamos Vale dos Reis e corresponde à necrópole real, dos faraós da XVIII à XX dinastias, actualmente em número de 62 túmulos, sendo o mais antigo, o de Tutmés I (KV38), e o último, o de Ramsés XI (KV6), que foi justamente o último faraó da XX dinastia. Existem alguns túmulos anónimos, havendo por exemplo o KV39, que poderia ter pertencido a Amenhotep I, o que, a ser assim, seria o mais antigo.
Esse local poderá ter sido também escolhido por haver nesse local um monte com a forma muito aproximada de pirâmide, natural e que actualmente se chama “el-Qurn”.



Simultaneamente foi feita, num vale anexo, uma zona idêntica, que se destinou a ser utilizada para as tumbas das rainhas e dos príncipes, e que ficou denominado Vale das Raínhas, com cerca de 60 tumbas .
Ainda outro vale não muito longe, foi destinado aos indivíduos, que apesar de não pertencerem à família dos faraós, tinham cargos de destaque, muitos deles vizires, (um posto algo semelhante ao actual primeiro-ministro), altas patentes militares, altos funcionários e até alguns trabalhadores. Aqui foi dado o nome de “Vale dos Nobres” .


Tenho intenção de iniciar aqui uma série de posts, em que irei individualizar, os que a meu ver, se destaquem mais, atendendo à sua importância e qualidade pictorica.

No próximo post vou começar exactamente pelo Vale dos Nobres...

A seguir (NEXT) O Túmulo TT55 de Ramose, vizir da XVIII dinastia.

4 comentários:

  1. Apenas uns ligeiros comentários ao texto do sunu Jorge Pronto, sempre pronto a brindar-nos com as suas reflexões que acabam por ser boas sugestões para posteriores leituras.

    Recomendaria que fossem retiradas as aspas às designações de conhecidas necrópoles tebanas como o Vale dos Reis e Vale das Rainhas.

    Quanto ao Vale dos Reis, a Teresa pode dar-me uma preciosa ajuda para esclarecer quem lá estava sepultado: numa aula do curso de Egiptologia dedicada ao Vale dos Reis foi distribuída uma folha de apoio com a lista dos túmulos reais. Pode «postá-la» para os nossos escribas e leitores?

    Já com o «Vale dos Nobres» o caso é diferente, e aqui é de manter as aspas, porque nem aquilo é um vale nem estão lá sepultados nobres: são funcionários, alguns deles com altos cargos, mas também trabalhadores das necrópoles.

    Outra correcção: Amen-hotep I não foi o fundador da XVIII dinastia, mas sim Ahmés, que está representado numa peça exposta no Museu Calouste Gulbenkian, a estela do escriba Iri.

    No dia 8 de Janeiro lá iremos todos ver a bela colecção egípcia do Museu Calouste Gulbenkian - mas atenção, nessa altura já a Feira do Livro da Gulbenkian, a preços baratíssimos, fechou, é preciso ir lá agora.

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  2. Caro Professor: Anubis comeu as aspas... e já pedi desculpa a Ahmés (1550-1527 AC). Fui directamente ao local onde foi sepultado, em Dra-Abu-el-Naga, que se situa fora do Vale dos Reis. As desculpas foram aceites, e o texto corrigido...

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  3. Caro Professor, muito obrigada pela sugestão mas o Jorge também assistiu a essa aula, fez ontem um ano, curiosamente. Se for preciso, postarei...

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  4. Pois é, não sabia que o nosso estimado sunu tinha assistido a essa aula.
    Será possível postar a lista dos túmulos do Vale dos Reis?

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