segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Perfumaria e cosmética no Antigo Egipto






Em resposta ao nosso Professor, lembrei-me de colocar aqui, no nosso blog, um post sobre a arte de perfumaria e cosmética no Antigo Egipto.
Realmente, desde o início da civilização, começaram a ser usados, primeiro pelas classes mais elevadas e depois, com materiais mais modestos, pela grande maioria dos egípcios, tanto mulheres como homens.
Queimar algo com a intenção de libertar o seu perfume, era habitual em todos os templos e, juntamente com a lavagem com óleos e unguentos, das estátuas do deuses, constituía uma parte fundamental das actividades diárias dos sacerdotes nos templos, e não só nos dias de festa religiosa. Também tarefas semelhantes seriam executadas pelos sacerdotes que tinham a função de praticar a mumificação, uma pratica complexa e que de certo abordaremos noutra altura.
Foram encontrados, pelos arqueólogos, inúmeros vasos de perfume em alabastro. Também se podem observar nas pinturas dos templos e túmulos, cenas da vida quotidiana em que são mostrados rituais nos quais o perfume e os cosméticos estão presentes, sejam cones que se usam em cima dos cabelos, sejam vasos contendo perfumes ou óleos perfumados, ou as pinturas de cosméticos nas faces e em particular nos olhos e lábios.
Havia autênticos laboratórios onde essas essências eram executadas, tendo-se inclusive descoberto receituário para a sua execução onde entravam elementos vegetais, geralmente florais, cera, resinas, sebo e minerais, entre outros.

Inclusive no Império Novo, mais concretamente no tempo de Ramsés III (XX dinastia), houve uma greve (a 1ª greve documentada da história), por duas razões principais, que eram atraso nos pagamentos e falta de materiais cosméticos, que para os egípcios, era de crucial importância.
E aqui fica um link que me parece muito bom, e com umas receitas, que poderão fazer maravilhas...

6 comentários:

  1. O contributo do nosso muito activo sunu oferece um texto expressivo e sucinto sobre este cativante assunto, e as imagens mostram com mais nitidez os cones de perfume sobre as cabeleiras de homens e de mulheres.

    Com as receitas sugeridas no link temos todos a obrigação de aparecer no jantar do dia 9, no final do curso de Egiptologia, completamente elegantes e sedutores - embora seja dispensável levar os cones de perfume, não acham?

    Entretanto aproveito a imagem que mostra um elegante vaso de perfumes para perguntar qual é a decoração que envolve o corpo do objecto, quer em cima quer em baixo. A iconografia é rica e um tanto complexa, mas é possível identificar - e quem acertar ganha um cone de perfume.

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  2. Vou tentar...acho que corro o risco de uma chibatada ou duas...a ver:
    Para mim, a iconografia deste bonito vaso de perfume que o nosso sunu publicou, e sem conseguir ver muito bem porque a imagem é muito pequena,leva-me a pensar que seja uma representação dos dois Nilos na parte superior do vaso, e na parte inferior, o simbolo ankh...foi há tanto tempo que encostei o nariz no Museu do Cairo para ver esta bonita peça em alabastro(?). Será que tenho direito a um cone de perfume?

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  3. Do meu ponto de vista, e por inspiração de Toth, arrisco, que se não é o famoso "sema-Tawi", que representa a junção doa Alto e Baixo Egipto, através da junção das plantas respectivas do lotus (sul) e papiro (Norte), eu não me chamo mais Sunu

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  4. Ah, a minha querida Amiga Teresa, muito atenta e esmerada aluna, acaba de ganhar... meio cone de perfume!

    De facto, há uma representação dos dois Nilos, ou então das Duas Terras, com o papiro à direita a evocar o Baixo Egipto e o lótus à esquerda o Alto Egipto.

    Quanto à parte inferior, estão lá dois signos ankh, um de cada lado... mas falta o toque egípcio: os braços típicos do ankh transformam-se aqui em braços naturais e ganham vida para nas respectivas mãos segurarem o signo uase (prosperidade).

    Embora de facto a imagem publicada pelo nosso sunu seja um pouco fraca, não há dúvida que, pelo que se vê, se trata de uma gramática decorativa muito apelativa e sobretudo impregnada de eficaz magia.

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  5. O outro meio cone de perfume vai para o nosso sunu Jorge, porque disse, inspirado por Tot, que na parte de cima está lá figurado o sema-taui, isto é, o símbolo da união das Duas Terras, o Alto e o Baixo Egipto. Trata-se da representação estilizada de uma traqueia vinda dos pulmões, que são ambos ladeados pela típica vegetação heráldica do Sul e do Norte.

    A simbologia é de uma expressividade notável: os caules de lótus (o Sul) e de papiro (o Norte) entrelaçam-se ao centro na traqueia que se eleva a partir dos pulmões. E note-se que são elementos do corpo humano que aludem à respiração - e o Egipto unido no sema-taui pode assim respirar e viver.

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  6. Ah, mas é que com aquela imagem mirrada dificílmente um verdadeiro escriba do Antigo Egipto vê uma flor ou um papiro...de resto fico satisfeita com o meu meio cone de perfume...

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