sábado, 18 de dezembro de 2010

Dorothy Louise Eady

Ontem, em jantar de amigos, veio a lume Omm Sety, uma nascida em Brighton, que ainda menina de três anos foi declarada morta e terá ... ressuscitado como reencarnação de uma sacerdotisa do tempo de Séti I.

O certo é que, dizem, logo terá decifrado hieróglifos no British Museum sem ter conhecimentos da escrita hieroglífica, daí virou egiptóloga, abalou para Abido e por ali ficou, chegando a tornar-se na primeira mulher a trabalhar nas Antiguidades Egípcias. Mais, terá mesmo indicado vários locais de preciosidades arqueológicas, uns entretanto já confirmados e outros a confirmar ...

Uma história excêntrica e rocambolesca, que só podia ter como protagonista uma inglesa, mas que me deixou suficientemente curioso para averiguar mais a fundo esta "mãe de Seti" (na verdade, Dorothy casou com um egípcio e dele teve um filho que se chamaria ... Seti).

1 comentário:

  1. O Paulo traça em apelativo resumo o que foi a vida de uma figura popular na região de Abido, e sobretudo na zona envolvente do templo de Seti I onde estivemos na Páscoa de 2010, sítio onde ela viveu muitos anos da sua vida. Esta senhora simpática e afectuosa, que se apaixonou pelo Egipto e lá morreu, faz parte do mundo paralelo da egiptologia. Casou com um egípcio de quem teve um filho que se chamou Seti, e por isso ela era Omm Sety (mãe de Seti, em árabe).

    Pelo que sei, nunca foi levada a sério do ponto de vista científico, mas os egiptólogos tratavam-na com carinho, embora seja polémica e controversa a sua actuação no domínio da arqueologia onde ela actuava por «intuição» a partir de «visões» e experiências sobrenaturais, e neste âmbito seria mais de filiar a senhora no campo da egiptomania emotiva e apaixonada.

    A questão porventura mais delicada das suas relações com a egiptologia tem a ver com a sua interpretação da famosa Esfinge de Guiza, que os especialistas datam da IV dinastia e que teria sido esculpida entre 2550 e 2500 a. C., não se sabendo ao certo se ela representa Khufu (o rei da Grande Pirâmide) ou o seu filho Khafré. A senhora, levada pelo impulso das suas «visões», datou o célebre colosso leonino de um tempo mais antigo que a IV dinastia, o que não é aceitável do ponto de vista histórico.

    Sei que sobre esta figura simpática e curiosa de Omm Seti (por vezes escrita como Umm Seti) foram escritos vários livros em inglês mas não possuo nenhum.

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