sábado, 11 de dezembro de 2010

Túmulos dos trabalhadores- II




Sennedjem (TT1), foi um artesão com o título de trabalhador do “lugar da verdade” (nome dado à necrópole real Tebana) durante os reinados de Seti I e de Ramsés II (XIX dinastia).
Trata-se de um túmulo muito pequeno em dimensão, mas simultaneamente um dos mais bonitos, encontrando-se localizado nas imediações de Deir-El-Medina.
É um túmulo colectivo familiar, tendo-se encontrado neste local 20 múmias, correspondendo a 3 gerações.
As imagens que enchem as paredes por completo, transmitem ideias de abundância e da maravilhosa vida no Além.
Destaco, em especial, 3 imagens:
1- Imagem da mumificação feita por Anúbis;
2- Sennedjem, jogando um jogo de tabuleiro que se chama senet;
3- Sennedjem e a esposa, colhendo cereal, elegantemente vestidos.
Deixo aqui só algumas das muitas imagens possíveis. Em baixo fica um link para consulta.

http://www.touregypt.net/featurestories/sennedjemt.htm








2 comentários:

  1. Ora cá está mais uma postagem do nosso sunu Jorge (que é um excelente companheiro de mesa) a lembrar mais um túmulo de um artesão de Deir el-Medina, neste caso de Sennedjem. A questão de que já falámos mantém-se aqui: são imagens demasiado pequenas para a beleza decorativa que este túmulo apresenta.

    O leitor do blogue é remetido para um link que nos leva a um texto de Mark Andrews, que no geral está esclarecedor, embora ele tenha alguns erros: diz o autor que o túmulo de Sennedjem foi descoberto por uma equipa de arqueólogos italianos em 1886 e que o seu espólio está no Museu Egípcio de Turim. Não é verdade.

    A descoberta e estudo das pinturas murais e inscrições, bem como do espólio do túmulo, deve-se a um catalão, que na altura era diplomata (cônsul de Espanha no Cairo) e que se tornou egiptólogo: Eduard Toda. E por outro lado, os objectos lá encontrados não estão em Itália, ficaram no Egipto, podendo ser vistos no Museu Egípcio do Cairo. Provavelmente Mark Andrews confundiu o túmulo de Sennedjem com o de Kha, cujo espólio está no Museu Egípcio de Turim.

    Mais informação sobre as actividades de Eduard Toda no Egipto podem ser obtidas na revista Cadmo, nº 3, pp. 106-115, com o artigo «Eduard Toda, pioneiro da egiptologia espanhola», seguido por outros textos relacionados com o tema. Na altura o director do Serviço das Antiguidades era Gaston Maspero, amigo de Toda, por isso a tarefa foi cometida ao egiptólogo catalão.

    Mas há um erro na postagem que é do nosso sunu, colocando uma imagem errada, que nem sequer constava no link de Mark Andrews: trata-se da gravura que está em cima à direita. Vi logo que ela era de «outro filme» (como diria o nosso escudeiro Paulo, agora na Germânia com a sua dama). E então copiei-a, transferi-a e aumentei-a para ler as inscrições.

    Não há dúvida: é uma imagem que está no túmulo de Inherkhau (TT 359), que era chefe dos artesãos, vendo-se o defunto imaculadamente vestido de linho branco a venerar a ave sagrada benu adornada com a coroa atef, uma ave ligada ao renascimento - e o que verdadeiramente o defunto queria era renascer.

    Quanto ao texto que ilustra a gravura diz na vertical, da direita para a esquerda: «Prece para que eu me transforme na necrópole, e que possa lá entrar e de lá sair, o chefe dos artesãos do Lugar de Verdade, Inherkhau, justificado.»

    Para quem gosta de ler em egípcio cá vai a transcrição do texto: «Rá em ir kheper-i em setau, ak per in heri-kedut em Set Maet Inherkhau, maé-kheru.»

    Fora isto, tudo bem.

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  2. Obrigado mais uma vez, Professor. Retirei a imagem acima referida, que foi introduzida junto com o seu excelente comentário, no post relativo a Inherkau, seu legítimo proprietário.

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